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Foto do escritorRafaela Maximo

O medo de ir ao psicólogo



O medo de ir ao psicólogo é mais comum do que você imagina — e impede muitas pessoas de buscarem o atendimento que precisam. Acontece que de fato não é fácil falar sobre as próprias dificuldades, ainda mais para uma pessoa que é até então, desconhecida


Claro que um bom profissional fará que pode para tornar o espaço de fala na psicoterapia o mais confortável possível, e tratá técnicas de relaxamento e de investigação para entender melhor suas questões: mas o medo ainda existe, não é? E torna dar esse primeiro passo de buscar o atendimento um verdadeiro desafio.


Vamos falar um pouquinho sobre os principais motivos em torno do medo (e também a vergonha) de ir para a psicoterapia? É importante ler e refletir sobre isso, pois, quando as questões que precisam ser trabalhadas em terapia são ignoradas, elas podem piorar.


 

  1. O estigma com a saúde mental


Apesar de a necessidade de cuidados com a saúde mental ter ganho um destaque diferente nas últimas décadas, existe ainda muita estigma em torno da saúde mental e da necessidade de um indivíduo buscar atendimento com um psicólogo e/ou psiquiatra.


"Não preciso disso", " psicólogo é coisa de louco", são frases que nasceram justamente dessa estigma. E acabam sendo obstáculo para as pessoas que poderiam se beneficiar muuuuito desse serviço.


Se essa é uma das suas questões, vou te contar uma coisa:


Psicólogo não é "coisa de louco".


Eles investigam e tratam sintomas (como ansiedade e depressão), oferecem apoio para atravessar períodos da vida (divórcio, assumir um trabalho novo, vivenciar uma gestação, lidar com perdas), auxiliam na busca por autoconhecimento e fortalecimento da autoestima.


Ir ao psicólogo para lidar com questões emocionais ou se potencilizar é tão normal quanto ir ao nutricionista para se alimentar melhor ou atingir um determinado objetivo físico.


Deixar que o preconceito atrase o início da sua psicoterapia, é o mesmo que atrasar o seu cuidado com VOCÊ.


  1. Receio em torno do sigilo


"Será que o psicólogo irá falar para alguém o que eu falar em terapia? "


O Código de Ética do Psicólogo destaca a importância do sigilo e o dever do psicólogo de proteger as pessoas e organizações que atende. É uma questão de respeito com a pessoa atendida e também com o processo psicoterapêutico dela: afinal, a garantia do sigilo é fator importante para tormar um ambiente de atendimento seguro. O que é dito em sessão, deve ficar entre cliente e psicólogo.


Crianças e adolescentes também têm os atendimentos protegidos pelo sigilo: o psicólogo NÃO pode simplesmente "sair falando", nem mesmo para os responsáveis ou familiares, o que foi falado em sessão. Afinal, todos precisam de um ambiente seguro para falar sobre seus pensamentos e questões. E um profissional não-confiável não faz parte de um ambiente seguro.


É apenas em situações muito necessárias que a quebra do sigilo (tanto no atendimento a adultos quanto juvenis ou infantis) podem acontecer. E o Código de Ética do Psicólogo é muito claro: toda decisão é feita pensando no menor prejuízo para a pessoa atendida.

Ou seja: não ocorre de forma casual, sem um bom racíocinio. É uma decisão tomada junto à pessoa atendida (exceto em situações muito extremas e expecíficas), e é com ela que se busca busca-se alinhar as expectativas, os receios, e delimitar como e quando a quebra acontecerá.


  1. Medo de julgamento por parte do profissional


"Será que ele vai me julgar?", "será que ele vai entender?"


Você provavelmente já leu ou ouviu isso em algum lugar, mas vou repetir: o psicólogo não está ali para te julgar.


O psicólogo é um profissional que estudou sobre desenvolvimento humano e processos mentais, estudou sobre acolhimento e a individualidade dos processos terapêuticos. É um profissional que se interessa pela individualidade. Pelos fatores que te tornam único. É um profissional que entende que pessoas diferentes, com vivências diferentes, com valores e sonhos diferentes, vão ter as mais diversas dificuldades ou receios.


Pessoalmente, na minha experiência profissional, nunca "pensei menos" de um cliente pelas dificuldades que ele apresentou. Pelo contrário: a psicologia me fascina. O potencial humano me fascina. Me interesso pelo que te levou a ter as dificuldades de hoje, me interesso pelo contexto da sua vida atual, e me interesso por alinhar com você o lugar onde você quer chegar.


Pode ser algo que demanda tempo: mas é recompensador.


E ei, saiba que é libertador e potencializador DEMAIS poder falar sobre o que quiser com alguém: falar sobre as coisas que te deixam bem, ou que você tem vergonha de falar com outros. Isso, infelizmente, não quer dizer que não tneha profissionais ruins por aí que podem trazer a sensação oposta. E isso nos leva para o próximo tópico:


  1. Experiências anteriores ruins com psicólogos


Assim como em toda área, infelizmente você pode acabar se deparando com um profissional que não ofereça um bom serviço. Se foi a sua situação, digo de todo o coração:


Sinto muito que tenha tido essa experiência.


É cruel que um a pessoa que já esteja passando por um momento doloroso, que tenha finalmente buscado ajuda, tenha se deparado com esse tipo de situação. Mas também digo isso: para todo profissional ruim, existem diversos outros que olhariam para ele com indignação e revolta, que teriam agido de maneira diferente com você.


Por isso: busque por profissionais, pesquise, peça recomendações de pessoas em quem confia. Quando iniciar, não tenha medo de tirar dúvidas durante a sessão para saber como funciona e de questionar o que você não está entendendo ou o que acha estranho. Também não tenha medo de "demitir" seu psicólogo e tentar novamente com outro.


  1. Vício em estar em um lugar ruim


Pode parecer contraintuitivo: mas o ser humano, assim como pode se viciar em coisas que trazem sensações boas (mesmo aquelas que trazem grandes prejuízos), também se viciam em estar em lugares ruins.


Isso acontece porque gostamos da segurança que a repetição traz. É muito mais cômodo continuar lidando de forma prejudicial com um problema (ou evitando lidar com ele), do que fazer mudanças, tentar caminhos novos.


O caminho que já é conhecido, que é familiar, acaba trazendo conforto. Enquanto o caminho desconhecido, por mais benéfico que possa vir a ser, traz ansiedade, medo.

É um ciclo que pode ser bem desafiador (mas não impossível!) de ser quebrado. E a psicoterapia é o espaço ideal para começar.



 

Agende uma avaliação inicial com um psicólogo da sua confiança ;). Algumas dicas:


  • Pesquise bem! utilize o Google e outros buscadores, confira o Instagram, plataformas de atendimento... assim você terá mais informações sobre o profissional. Com qual você se identificou mais? Por quê?

  • Peça recomendações de amigos e familiares. Se eles já passaram por psicoterapia, pergunte como funcionavam as sessões com aquele profissional. Observe se faria sentido para você também!

  • Escolha a forma mais confortável de fazer o primeiro contato: WhatsApp, E-mail, Telefone... por onde você prefere? Busque saber o valor da consulta e a forma de trabalho do profissional. Não tenha medo de fazer perguntas. E não se sinta preso a um profissional por ter perguntado o valor.

    • Se gostou muito do profissional, mas o valor está fora do que seria possível para você, informe isso para ele, peça recomendações de outros profissionais que ele confia e que talvez conseguiriam um valor mais baixo.

  • Informe o psicólogo sobre seus receios! Antes da sua sessão, se você quiser, você pode contactar o psicólogo para informá-lo sobre como se sente. Se tem dificuldade para falar.

    • Não tem problema caso não queira contactar. O psi é treinado para lidar com isso: mas tenha em mente que falar sobre préviamente pode ajudar a diminuir sua ansiedade em torno dessa situação nova! ^^






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