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Foto do escritorRafaela Maximo

Quero adotar uma criança. E agora?




Este texto trás uma pincelada dos fatores mais burocráticos e dos fatores psicológicos da adoção!


Mas antes de qualquer coisa é importante frisar a importância de que a adoção seja feita através das vias legais! O respaldo da lei busca garantir que as adoções sejam seguras e para sempre, que não possam ser revertidas e que os adotantes não tenham surpresas desagradáveis no caminho.


A conhecida"entrega direta", que é proibida por lei, não tem esse mesmo respaldo, e possui diversos riscos! Tanto para os que desejam ser pais quanto para o bem estar psicológico da criança envolvida.


Logo, se você conhece alguém, uma vizinha, um amigo, que esteja tentando te entregar diretamente uma criança, entenda que se trata de algo proibido por lei e que pode ter efeitos indesejados no futuro. Busque um advogado para entender melhor esta questão!


Então por onde eu começo?


Você começa entrando em contato com a Vara da Infância e Juventude da sua cidade e se orientando quanto aos procedimentos e documentos necessários para entrar com um processo de Habilitação para Adoção!


Seus documentos serão analisados, você será chamado para uma avaliação psicossocial, e é esperado que em alguns meses, caso esteja tudo em ordem, sua habilitação seja aprovada. E começa a espera pela criança que atende ao perfil que você descreveu durante a habilitação.


Lembrando que essa espera pode demorar meses ou anos dependendo de vários fatores, mas especialmente dependendo do perfil que você colocou.


Por exemplo, crianças mais novas (principalmente recém-nascidos, mas que se estende até mais ou menos uns 6 ou 7 anos) geralmente demoram mais, pois é o perfil mais procurado pelos pretendentes.


Mas olha só esses dados:


Você sabia que em 24 de novembro de 2022, o total de crianças DISPONÍVEIS para adoção é de 4.319? Todas prontinhas para serem recebidas por uma família. Em contrapartida, nesta mesma data, observou-se 32.672 pretendentes habilitados, também prontinhos para receber a criança desejada. São os números do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, que pode ser consultado por qualquer cidadão a qualquer momento.


Com essas números, por que essa conta não bate?


Hoje, a maioria das crianças disponíveis para adoção são crianças mais velhas e/ou com deficiência e/ou pretas e/ou com grupo de irmãos. E esse não é o perfil desejada pela maioria dos pretendentes, que buscam crianças mais novas, brancas, sem deficiências, e que não acompanhem irmãos.


Claro, cada pretendente deve respeitar seus próprios desejos e considerar que perfil de criança está preparado emocionalmente e financeiramente para receber!


Maaaas, ao mesmo tempo, é importante se informar e pesquisar bastaaaante para entender que portas estão sendo fechadas com a limitação do perfil. E é essencial buscar entender o que dentro de você está te levando a fechar essas portas — um medo, um receio, um preconceito, medo do desconhecido? Será que é esse bicho-papão todo mesmo?


Às vezes, as pessoas pensam que não dão conta das necessidades que a criança pode vir a ter — mas quando pesquisam relatos de outras pessoas que fizeram uma adoção naquele perfil, percebem que não é um bicho de sete cabeças não.


E outro detalhe: quando a criança dentro do seu perfil é encontrada, alguém vai entrar em contato com você, provavelmente por ligação. Você pode perguntar tudo e mais um pouco para entender as demandas do que está por vir e se você está disposto a dar continuidade. Lembrando que pesquisar, ouvir relatos, buscar ajuda, é essencial! Nunca deixe de buscar informação! Mas fique ciente que nunca vamos estar absolutamente preparados para tudo. Nenhum pai ou mãe está. E precisamos aprender a lidar com a angústia que isso pode gerar.


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